segunda-feira, 9 de novembro de 2009

20 anos da queda do Muro (II)

Viram as celas das prisões da RDA? Celas são celas. Mas há 20 anos atrás, e vistas apenas de relance, não tem comparação com a degradação que por cá há.
Ouviram as queixas dos ex-presos sobre como usavam a família para os pressionarem? Precisamente o mesmo que por cá se queixam também pessoas presas: que abusam sexualmente das mulheres detidas, que lêem a correspondência e usam a informação de forma provocatória e chantagista, que procuram seduzir as namoradas ou mães ou irmãs, até de uma guarda que utilizava (não sei se ainda utiliza) o "posto" de apalpadeira oficial das visitas de uma prisão para abusar das mulheres que por lá passavam (de homens não se recebeu queixas).
Sei que o regime da RDA se fosse simpático e não quizesse forçar o nascimento do Homem Novo não seria abandona por tantos alemães. Sei que a polícia política e a vigilância dos dissidentes são repugnantes e não devem ser permitidas. Mas também sei que não estamos livres nem dos interesses privados dos políticos nem dos polícias nem dos sistemas repressivos.
Porque é que a queda do Muro não se comemora com luta pela liberdade?

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