domingo, 8 de novembro de 2009

aumentam os suicidios na falta de moralidade

Uma jornalista pediu opinião sobre o parecer do sindicato dos guardas prisionais de a causa do aumento de suicídios nas prisões portuguesas ser o consumo de droga. Tinha acabado de propor a hipótese clássica da sociologia, Durkheim, de o aumento do suicídio ser causado pelo aumento da anomia (perda de relação com as regras sociais, as leis, os regulamentos, a moral social), decorrentes ambos da política prisional seguida nos últimos 8 anos de aumento dos regimes mais fechados (regimes ditos de segurança, de onde mais chegam queixas de maus tratos) culminada na abertura, ano e meio atrás, da prisão de "alta segurança" de Monsanto, a que alguém alcunhou de Guatanamo português.
A proibição da droga não só é a causa directa do grande número de presos como é, também, a grande desculpa passe-par-tout usada pelos responsáveis prisionais - e pelos políticos - para explicar todas as malfeitorias, incluindo as próprias. Porque não haviam os guardas de imitar os seus chefes? Tal como eles, aos guardas cabe, segundo eles próprios, o papel de observar os tráficos, consumos e conflitos inerentes às eventuais falta de pagamentos, não tanto para acabar com aquilo - porque de facto é impossível - mas para oferecer explicações encobridoras seja do envolvimento de funcionários e autoridades prisionais no tráfico ilícito - se fosse de outra maneira, no país das corrupções, é que seria de admirar - seja das perversidades quotidianas próprias das prisões e próprias dos regimes fechados.

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