domingo, 9 de janeiro de 2011

A ética mercantil e a nova economia

Há casos que podem ser reveladores da ética (e da inércia) dominantes. Julgo que este é um dos casos. Passou-se comigo.
Um veiculo móvel identificado como Optimus a vender telefones TAG atraiu-me a atenção. Informado que por 20 Euros tinha direito a um telemóvel novo, 15 Euros de chamadas, um tarifário dos mais baratos, chamadas à borla entre TAG´s e um serviço disponível em 24 horas, comprei dois. O facto de não haver factura - por alegada falta de documentos na ocasião - não me preocupou, pois foi-me dito que a factura ser-me-ia remetida para a morada da residência.
Estava a partir do princípio - que vim a verificar ser equivocado - de estar a tratar com uma empresa com créditos no mercado, como se costuma dizer.
Em 36 horas percebi que o serviço não estaria disponível tão cedo, que era muito difícil e demorado encontrar interlocutor do lado da empresa para esclarecer seja o que for (experimentei o site respectivo e verifiquei que nada está previsto para permitir a comunicação), que o tarifário era mais próximo do dobro do valor usual para mim do que do tarifário mínimo.
Percebi ter-me enganado na decisão de compra e, utilizando a faculdade que a lei dá de anulação da compra/venda no prazo de 14 dias, tratei de devolver as caixas que tinha comprado.
Em vez da devolução do dinheiro recebo a devolução das caixas com o argumento de só o agente vendedor poderia receber a devolução. Para encurtar razões, na troca de correspondência que esforçadamente consegui manter lá foi implicitamente reconhecido que o agente vendedor era quem acabara de devolver a devolução mas, ao mesmo tempo, nenhuma alegação faria a empresa assumir as suas obrigações legais perante o comprador, que para mais era (e irá deixar de o ser na primeira oportunidade) cliente regular de serviços da empresa.
Fiquei a saber que a honorabilidade comercial da Optimus vale 40 Euros. Porque os paguei.

Para detalhes ver em http://iscte.pt/~apad/novosite2007/etica%20mercado.html

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